Leilão de petróleo do Brasil atrai US $ 2,2 bilhões

Por Gram Slattery e Marta Nogueira10 outubro 2019
(Foto: ANP)
(Foto: ANP)

Na quinta-feira, dez empresas concordaram em pagar mais de US $ 2 bilhões pelos direitos de exploração e produção em 12 blocos de petróleo no Brasil, o que pode ser um sinal promissor para leilões de petróleo ainda maiores.

As áreas mais procuradas no leilão de quinta-feira fazem fronteira diretamente com a chamada área do pré-sal do Brasil, uma zona cobiçada na qual bilhões de barris de petróleo ficam presos sob uma espessa camada de sal sob o fundo do oceano.

Os blocos do pré-sal estarão à venda em dois leilões muito maiores, programados para 6 e 7 de novembro, incluindo o chamado leilão de transferência de direitos, que deve render cerca de US $ 25 bilhões para o governo.

Na quinta-feira, as empresas concordaram em pagar ao governo brasileiro 8,9 bilhões de reais (US $ 2,2 bilhões) em bônus de assinatura.

A maior ação veio da francesa Total SA, que, em um consórcio com a Malásia Petronas e Qatar Petroleum, caiu 4,029 bilhões de reais por um quarteirão próximo ao pré-sal. A Total será a operadora, com uma participação de 40%. Acredita-se que essas áreas compartilhem alguma geologia com a área do pré-sal.

Após o leilão, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que os resultados estavam "bem acima das expectativas", destacando que o bônus mínimo de assinatura para todas as áreas juntas foi de apenas 3,2 bilhões de reais.

Outras propostas vencedoras significativas incluíram uma oferta de 1,116 bilhão de reais pela Petronas para um bloco na Bacia de Campos e uma oferta de 2,045 bilhões de reais da Petrobras e da BP para um bloco separado.

A Petronas fez outra mudança significativa no Brasil em abril, quando comprou dois campos de petróleo da estatal Petrobras por US $ 1,29 bilhão.

A Royal Dutch Shell Plc, a Wintershall Dea GmbH, a Chevron Corp, a Exxon Mobil Corp e a Repsol SA também ganharam pelo menos participações minoritárias em blocos de exploração.

Vinte e quatro blocos, muitos em áreas mais marginais produtoras de petróleo, não conseguiram atrair um licitante e serão colocados em um novo programa que o governo brasileiro chama de "oferta permanente".

Sete quarteirões próximos ao arquipélago de Abrolhos, ecologicamente sensível, no nordeste do Brasil, não receberam ofertas, depois que o litígio ambiental envolvendo promotores federais foi divulgado na quarta-feira.

Em uma declaração após os resultados, a Total disse que, embora estivesse comprometida em buscar oportunidades em águas profundas no Brasil, a In não se juntaria a outras grandes empresas de petróleo na participação na rodada de transferência de direitos, pois o processo competitivo era voltado para participações não operacionais.

Além das empresas t10 que fizeram ofertas bem-sucedidas em blocos de petróleo, a norueguesa Equinor ASA fez uma oferta malsucedida.

Seis empresas - Murphy Oil Corp, Enauta Partipacoes SA, Karoon Energy Ltd, Petrogal, Ecopetrol SA e China National Offshore Oil Corp Ltd - registraram-se no leilão, mas não apresentaram ofertas.


(Reportagem de Gram Slattery e Marta Nogueira; reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier; edição de Richard Pullin e Steve Orlofsky)

Categories: Águas profundas, Energia