A Sete Brasil foi criada em 2010 para gerenciar a construção de 28 unidades de perfuração em estaleiros brasileiros para cumprir os contratos da Petrobras para perfurar suas peças do pré-sal, numa época em que a Petrobras planejava, de forma irreal, ser o único operador do pré-sal. No entanto, após os escândalos de corrupção denunciados pela operação Car Wash, que levou ao cancelamento dos contratos, a Sete Brasil enfrentou dificuldades financeiras para entrar com processos administrativos, deixando um rastro de dívidas e desemprego em vários estaleiros locais, alguns dos quais que foram recém construídos pátios construídos para fins.
A Petrobras vai manter apenas quatro dos 28 perfuradores originalmente encomendados à Sete Brasil, empresa criada pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que atualmente cumpre pena de prisão - para construir e operar navios-sonda e sondas especificamente projetadas. e equipado para explorar o pré-sal em águas profundas. O projeto ficou manchado desde a sua criação, pois o plano envolvia o pagamento de taxas pelos representantes dos estaleiros aos executivos da Petrobras, políticos e a um fundo político para assegurar os contratos, segundo ex-diretores da Sete Brasil, e investigações da Polícia Federal. A Sete Brasil foi idealizada como a promessa da retomada do setor de construção marítima no Brasil, mas acabou sendo uma das razões de sua queda.
Os nomes das unidades que estarão à venda não foram oficialmente anunciados, mas fontes da indústria acreditam que serão os navios-sonda NS Arpoador e NS Guarapari, em construção no Estaleiro Jurong Aracruz, em Aracruz, no estado do Espírito Santo, parte do grupo SembCorp Marine (SCM) de Cingapura e dos semi-submersíveis SS Urca e SS Frade, em construção no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, propriedade da Keppel FELS Brasil, subsidiária da Keppel Offshore & Marine, também de Cingapura. Isso faz sentido porque esses quatro estão em um estágio mais avançado de construção. O anúncio da oferta faz parte do processo de recuperação judicial da empresa e o recebimento das propostas termina no final de fevereiro, ou seja, 30 dias após o anúncio.
Os acionistas da Sete Brasil iniciaram uma arbitragem contra a Petrobras no início de 2017, alegando perdas que atingiram R $ 7 bilhões (US $ 1,90 bilhão) devido à retirada da Petrobras do projeto. Como a Sete Brasil atrasou a entrega dos equipamentos e com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional, a Petrobras tentou renegociar os contratos de afretamento, movimento que foi rejeitado pela Sete Brasil, gerando um impasse entre as empresas. O plano de recuperação da Sete Brasil foi aprovado no início de novembro de 2017 e incluiu o valor a ser pago pelas quatro perfuradoras, que ficou em torno de US $ 1,25 bilhão, e se as propostas não atingissem esse valor mínimo, a transação só poderia ser realizada se aprovado pelos credores. Havia 22 credores no total, 12 acionistas, cinco bancos e cinco estaleiros envolvidos no projeto original da Sete Brasil.