A decisão da Petrobras de não investir na perfuração de novos poços descarrilou o plano da Chevron de retomar a exploração em um campo offshore brasileiro, disseram pessoas a par do assunto.
A Chevron, que opera o campo com uma participação de 52%, aprovou o plano de perfuração, mas a Petrobras, que detém 30% de participação, rejeitou a decisão, de acordo com duas pessoas próximas às negociações.
A companhia petrolífera estatal brasileira, oficialmente conhecida como Petróleo Brasileiro, está priorizando o desenvolvimento de recursos offshore no pré-sal, onde bilhões de barris de petróleo estão sob uma espessa camada de sal abaixo do fundo do oceano, disseram as duas pessoas. O campo de Frade é pós-sal e tem menos petróleo do que os campos do pré-sal.
A Petrobras e a Schlumberger NV, que planejavam perfurar seis poços por cerca de US $ 20 milhões, não puderam ser contatadas imediatamente para comentários. A Chevron se recusou a comentar.
A companhia brasileira de energia Petro Rio SA disse na segunda-feira que comprou os 12% restantes do Frade Japao. O CEO da Petro Rio SA, Nelson Queiroz, disse à Reuters em entrevista na terça-feira que a empresa estaria interessada em comprar a participação da Petrobras.
"Vemos prolongar a vida útil do campo como um poço positivo de perfuração", disse ele.
Chevron e Petrobras interromperam a exploração no campo de Frade após um vazamento de 2011 que levou a acusações criminais e uma ação civil.
A Petrobras, uma das empresas petrolíferas mais endividadas do mundo, cortou gastos e concentrou seu reduzido orçamento de gastos de capital no desenvolvimento de participações no jogo do pré-sal de classe mundial na maior produtora da América Latina. Outras grandes companhias de petróleo também estão gastando muito dinheiro para investir em estacas na área para reabastecer as reservas encolhidas em meio ao aumento dos preços do petróleo.
(Escrita por Alexandra Alper; Edição de Lisa Shumaker)