A Total é um reconhecido pioneiro em exploração e produção em águas profundas (E & P), tendo começado a explorar tecnologia submarina no final dos anos 60, e sendo um dos primeiros intervenientes no cenário de águas profundas com o campo Girassol localizado no Bloco 17, em Angola. O Girassol foi um dos primeiros campos em águas profundas desenvolvidos, com profundidades variando de 1.250 a 1.400 metros.
A Petrobras também estava ativa na época na Bacia de Campos, com sistemas de produção em águas profundas para o sul de Marlim bem concluído em 1.709 metros em 1997, seguido em 1999 por Roncador em 1.855 metros. Após a descoberta do primeiro pré-sal em águas profundas no Brasil em torno de 2007, a Petrobras aumentou significativamente seu investimento em pesquisa em águas profundas e continuou a fazê-lo após 2014, em meio a toda a crise e turbulência, e valeu a pena. A redução significativa nos tempos de perfuração em reservatórios complexos do pré-sal, mantendo altos padrões de eficiência e segurança, elevou o operador nacional do Brasil para um líder reconhecido mundialmente em desenvolvimento em águas profundas.
Tanto a Total quanto a Petrobras acumularam uma inestimável riqueza de experiência em E & P em águas profundas. Unir forças em desenvolvimentos selecionados em águas profundas globalmente pode realmente ser uma situação ganha-ganha para os jogadores franceses e brasileiros. Uma política aberta do novo governo brasileiro para a exploração do pré-sal pelas principais companhias petrolíferas internacionais (COI) é fundamental para o aumento do investimento estrangeiro no mercado local de petróleo e gás - uma vez totalmente dependente da Petrobras - ao mesmo tempo permitindo que a operadora nacional continue limpeza da dívida difícil, mas necessária, através de desinvestimentos, sem afetar o ímpeto de desenvolvimento do pré-sal.
Em janeiro de 2018, a Total tornou-se operadora do pré-sal da Lapa, sendo a primeira empresa internacional a operar um campo de produção no pré-sal brasileiro. Essas reservas comprovadas do pré-sal que a Total está levantando do exterior no Brasil eventualmente aumentarão a produção global da Total e impactarão positivamente suas receitas.
Desde 2016, a Total e a Petrobras vêm trabalhando em um memorando de entendimento (MOU) para uma parceria estratégica que abrange atividades de upstream e downstream no Brasil e em outros países. De acordo com os termos do acordo, as duas empresas colaborarão em áreas-chave de interesse mútuo e avaliarão oportunidades no Brasil para se beneficiar conjuntamente de suas respectivas experiências em todos os segmentos de operações de petróleo e gás, especialmente em águas profundas, onde ambos os a vanguarda em termos de tecnologia e experiência. A vasta experiência offshore combinada dos parceiros servirá para aumentar a eficiência da produção em águas profundas, onde a parceria deverá mitigar riscos em projetos com alto investimento e complexidade, como o pré-sal.
Atualmente, a Petrobras e a Total estão associadas em cerca de 15 consórcios que trabalham em E & P em todo o mundo, nove dos quais localizados no Brasil, incluindo o desenvolvimento da área gigante de Libra no pré-sal da Bacia de Santos. Outras áreas estão no campo de Chinook, no Golfo do México dos EUA, e nos campos de gás San Alberto e San Antonio, na Bolívia. Eles também estão associados ao desenvolvimento do gasoduto Bolívia-Brasil.
Parceria Estratégica em O & G
A Petrobras cedeu 10% dos direitos do campo da Lapa no bloco BM-S-9 à Total, e posteriormente exerceu a opção de vender o restante de sua participação no final de 2018, conforme estipulado no acordo assinado em janeiro de 2018, quando a Total adquiriu 35% direitos da Petrobras, resultando na operação do campo. A produção atual do campo da Lapa é de cerca de 30 mil bpd. A nova composição do consórcio é agora: Total como operadora (45%), BG E & P Brasil - subsidiária da Royal Dutch Shell plc (30%) e RepsolSinopec Brasil (25%).
No âmbito desta parceria estratégica para a área do pré-sal de Iara, as empresas já realizaram transações que resultaram no pagamento, em janeiro de 2018, de US $ 1,95 bilhão à Petrobras, além de uma linha de crédito de US $ 400 milhões, que pode ser ativada pela Petrobras para realizar parte de seus investimentos nos campos da área de Iara, e pagamentos contingentes no valor de US $ 150 milhões. A área de Iara está situada na Bacia de Santos, a cerca de 230 km da costa do Rio de Janeiro. O campo contém óleo leve e fica a uma profundidade de 2.230m. Está localizado perto do campo gigante de Lula. O campo de Iara é operado pela Petrobras e é de propriedade de um consórcio formado pela Petrobras (42,5%), Shell (25%), Total (22,5%) e Petrogal (10%). A área de Iara, contém os campos Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu, no bloco BM-S-11A, no pré-sal da Bacia de Santos.