Petrobras visa investimentos constantes em novo plano de negócios de cinco anos, diz CEO

18 julho 2023
Um FPSO no campo de Búzios offshore no Brasil - Crédito: Petrobras (imagem de arquivo)
Um FPSO no campo de Búzios offshore no Brasil - Crédito: Petrobras (imagem de arquivo)

A petrolífera estatal brasileira, Petrobras, manterá investimentos totais em seu próximo plano de negócios 2024-2028 semelhante aos US$ 78 bilhões previstos em seu último plano de cinco anos, disse o CEO Jean Paul Prates à Reuters na segunda-feira.

A Petrobras está se preparando para apresentar atualizações de seu plano de negócios no próximo mês, disse ele, incluindo um maior foco em fontes de energia renováveis , antes do anúncio final de seu próximo plano de cinco anos no final do ano.

Em entrevista da sede da Petrobras no Rio de Janeiro, Prates disse que o valor dos investimentos no novo plano "não deve variar muito porque de um ano para o outro não dá para fazer muitos movimentos".

Ainda assim, ele disse que os investidores não devem se acostumar com dividendos de grande sucesso como no ano passado, pois a política de dividendos da empresa será "ajustada" à realidade de uma empresa que investe no futuro.

Prates disse que mesmo que o novo plano de negócios destaque os planos da Petrobras para uma transição energética, a empresa ainda está focada em seus pontos fortes na exploração de petróleo offshore , especialmente nos alardeados campos do "pré-sal" na costa brasileira.

"Claro que teremos um plano de investimentos importante com o pré-sal sendo muito importante. Trata-se de uma petrolífera offshore do pré-sal, mas ela vai se transformando aos poucos", afirmou.

Prates também reiterou o compromisso de explorar perto da foz do rio Amazonas, uma área na costa norte do Brasil que a Petrobras considera uma fronteira importante para a exploração de petróleo e gás. Em maio, o regulador ambiental Ibama negou um pedido da Petrobras para perfurar na região.

"Achamos que mais cedo ou mais tarde teremos a licença", disse Prates, acrescentando que a empresa cumprirá as exigências de licenciamento e os prazos estabelecidos pelo Ibama.

A Petrobras já recorreu da rejeição do Ibama, mas não há prazo para uma decisão final.

"Não vamos desistir de uma nova fronteira a menos que recebamos um 'não' definitivo."

Paralelamente, a Petrobras pode expandir sua exploração no exterior para os vizinhos Guiana e Suriname na Margem Equatorial, seguindo o litoral norte do Brasil, disse Prates. Outra opção, disse ele, seria explorar partes da costa oeste africana com semelhanças geológicas com os campos offshore do Brasil.

"Não podemos nos desligar de ser uma empresa internacional", afirmou.

Prates também disse que o Brasil está ansioso para intensificar o envolvimento com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), depois de se reunir recentemente com o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, em um evento em Viena.

O presidente da Petrobras disse que o Brasil gostaria de estar mais envolvido nas discussões do grupo sobre tecnologia e mercados de petróleo. Ele enfatizou, porém, que o país não tem interesse em se tornar membro da Opep ou participar de cotas de produção.
(Reportagem de Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro Roteiro de Peter Frontini Edição de Brad Haynes e Matthew Lewis)

Categories: Energia, Pessoas & Empresa Notícias