Descomissionamento no Brasil: a nova fronteira

De Claudio Paschoa16 janeiro 2019
(Foto: Claudio Paschoa)
(Foto: Claudio Paschoa)

Com o aquecimento do mercado de petróleo e gás no Brasil, muitos provedores de serviços estrangeiros estão procurando se estabelecer no Brasil com um olho em novas oportunidades.

Embora a principal atração do país sul-americano continue sendo a exploração e produção (E & P) nas áreas de pós-sal e pré-sal, outras oportunidades significativas serão oferecidas. Um nicho será o descomissionamento de várias estruturas offshore, a partir de infraestrutura submarina desativada para pernas de equipamento de ferrugem para plataformas inteiras e unidades flutuantes de armazenamento e transferência de produção (FPSO).

Como muitas das unidades de produção offshore do Brasil estão envelhecendo, especialmente na Bacia de Campos, o descomissionamento no Brasil será um mercado importante que durará décadas. Das mais de 160 plataformas de produção offshore no Brasil, 67 estão em operação há mais de 25 anos e, em breve, precisarão ser desativadas. Outras 24 sondas têm entre 15 e 25 anos de uso e cerca de 70 sondas têm menos de 15 anos de uso.

Algumas das áreas de descomissionamento que serão procuradas incluem o descarte fixo da plataforma de petróleo; criação de recifes artificiais, abandono de poços, remoção de dutos, FPSO e unidade flutuante de armazenamento e descarregamento (FSO) e remoção de risers / linhas de fluxo, gestão de resíduos e efluentes para atividades de exploração e produção, licenciamento ambiental para projetos de descomissionamento, elaboração de planos de descomissionamento, descomissionamento submarino e desmantelamento de engenharia de estruturas offshore e água de lastro e bio invasão. O novo mercado existente na indústria offshore do Brasil certamente atrairá empresas estrangeiras com experiência em desmantelamento de unidades de produção e sistemas submarinos.

Órgão regulador brasileiro de petróleo e gás, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) está em processo de revisão das orientações sobre questões relacionadas ao descomissionamento, incluindo a revisão da Resolução ANP nº 27/2006, e o processo de descomissionamento deve começar a sério assim que essas diretrizes revisadas forem concluídas. estabelecido. A revisão desta Resolução da ANP apresentará novas obrigações para as operadoras que provavelmente fluirão em serviços associados à busca de soluções técnicas inovadoras, estudos de engenharia, análise de risco e avaliações socioambientais, serviços de inspeção e monitoramento e soluções de gerenciamento de resíduos.

(Foto: EAS)

A disponibilidade de navios, instalações portuárias e apoio, cadeia de gestão de resíduos (incluindo NORM / TENORM) podem ser restrições ao descomissionamento, dependendo da demanda por projetos que serão apresentados para os próximos anos. Possivelmente, novas demandas por serviços surgirão devido a incentivos governamentais para reutilizar instalações para outros fins, além daquelas relacionadas à indústria de petróleo e gás, tais como recifes artificiais (embarcações antigas e navios podem ser usados juntamente com estruturas de plataformas, uma vez descontaminados ), geração de energia eólica, de ondas e marés, turismo, pesquisa, entre outras possibilidades.

Considerando a fase incipiente do setor de desativação no Brasil, os esforços de colaboração entre operadores, representantes do setor de serviços, universidades e governo são imperativos e podem ser benéficos para todas as partes envolvidas.

A Petrobras apresentou um pequeno número de projetos de desativação para avaliação da ANP. A estatal também emitiu um pedido de informações (RFI) para empresas especializadas em projetos de desativação. Mais de 100 empresas de diversos países do mundo responderam à RFI da Petrobras. A data do leilão ainda não foi vista.

Fontes da indústria estimam que a Petrobras precisará descomissionar pelo menos 67 unidades no curto a médio prazo. Como esse novo desafio surge no setor offshore do Brasil, empresas globais com experiência em descomissionamento offshore / submarino em busca de novos negócios podem ser encorajadas a explorar oportunidades de negócios no país, com a possibilidade de um novo horizonte com menos interferência governamental, menos taxação licenciamento ambiental e com apoio governamental e regulatório.

Alguns dos programas de desativação de instalações em análise no SSM * / ANP:

  • P-07 (Bicudo – Semissubmersível)
  • P-12 (Linguado – Semissubmersível)
  • P-15 (Piraúna – Semissubmersível)
  • P-33 (Marlim – FPSO)
  • FPSO Cidade do Rio de Janeiro (Espadarte)
  • Espírito FPSO Piranema (Piranema)

Algumas das instalações desabilitam programas aprovados pela ANP:

  • FPSO Brasil (Campo de Roncador)
  • FPSO Marlim Sul (Campo Marlim Sul)
  • Campo de Cação (três sondas)

* - Superintendência de Segurança Operacional e Meio Ambiente

FPSO P33 (Foto: Petrobras)